Informativo dos alunos do curso de Letras da FIP / UNIBR
"Tudo está na educação. O pêssego dantes era uma amêndoa amarga; a couve-flor não é mais do que uma couve que andou na universidade."
"Todo o homem recebe duas espécies de educação: a que lhe é dada pelos outros, e, muito mais importante, a que ele dá a si mesmo."
"Nem todos podem tirar um curso superior. Mas todos podem ter respeito, alta escala de valores e as qualidades de espírito que são a verdadeira riqueza de qualquer pessoa."
segunda-feira, 30 de maio de 2011
ENEM 2011
Algumas informações para aqueles que pretende prestar para o Enem.
DATAS
1 - Quando serão feitas as inscrições para o Enem 2011?
Das 10h do dia 23 de maio até 23h59 do dia 10 de junho, observado o horário oficial de Brasília-DF.
2 - Quando será a aplicação das provas do Enem 2011?
Nos dias 22 e 23 de outubro de 2011, com início às 13h, horário oficial de Brasília-DF, em todas as unidades da Federação.
INSCRIÇÕES
3 - Qual o valor da taxa de inscrição?
Para os inscritos pagantes a taxa é de R$ 35,00 (trinta e cinco reais). Ela deverá ser paga por meio de GRU simples (boleto), gerado no ato de inscrição. O boleto pode ser reimpresso durante todo o período de inscrições, e deve ser pago até o dia 13/06. Caso contrário, a inscrição não será efetivada.
4 - Quem está isento do pagamento da taxa?
Todos aqueles que estiverem concluindo o ensino médio em 2011 em escola pública são automaticamente isentos. Nos demais casos, o participante pode pleitear isenção de taxa declarando-se pertencente a família de baixa renda. O pedido de isenção do pagamento da taxa somente poderá ser solicitado por meio do sistema de inscrição.
5 - Haverá atendimento diferenciado a participantes com necessidades especiais?
Sim, desde que o participante nessas condições informe suas necessidades especiais no ato na inscrição. Eles deverão dispor dos documentos comprobatórios, que poderão ser solicitados pelo Inep a qualquer momento.
6 - Estudantes de classes hospitalares poderão fazer o Enem 2011?
Sim. Para isso é fundamental que essa informação seja prestada no ato da inscrição. O participante nessa situação deverá dispor dos documentos comprobatórios, que poderão ser solicitados pelo Inep a qualquer momento.
7 - E os guardadores do sábado?
O sabatista terá sua condição respeitada. Para tanto, é indispensável que solicite, no ato de inscrição, esse atendimento específico. Ele deverá ingressar no local de prova no mesmo horário de todos os participantes – entre 12 e 13h, horário de Brasília – e irá aguardar em uma sala o início de sua prova.
8 - O participante deverá manter o número da senha gerada no ato de inscrição?
Sim, o número de inscrição e a senha deverão ser mantidos sob guarda do participante e são indispensáveis para o acompanhamento do processo de inscrição, para a obtenção dos resultados individuais via Internet e para a inscrição em programas de acesso ao ensino superior, programas de bolsa de estudos e de financiamento estudantil, entre outros programas do Ministério da Educação. A senha de acesso ao sistema é pessoal, intransferível e de inteira responsabilidade do participante.
9 - Em caso de perda, como o participante fará para recuperar a senha?
A recuperação da senha será feita no endereço eletrônico http://sistemasenem2.inep.gov.br/inscricao e será encaminhada por e-mail ou SMS, informados pelo próprio participante no momento da inscrição. O participante deverá informar o número de seu CPF e sua data de nascimento.
10 - Como se dará a confirmação da inscrição?
Para os participantes não isentos, a inscrição será considerada válida após a confirmação do pagamento – no valor correto, no prazo estabelecido e com o boleto gerado no sistema de inscrição e/ou acompanhamento. Para os participantes que declararem carência socioeconômica , a inscrição será considerada válida se confirmada a carência. O Comprovante da Inscrição do participante estará disponível no endereço eletrônico http://sistemasenem2.inep.gov.br/inscricao, sendo de responsabilidade exclusiva do participante acompanhar a situação de sua inscrição.
11 - O participante receberá cartão de confirmação?
Sim, pelos Correios, no endereço informado no ato da inscrição. O cartão de confirmação poderá também ser impresso na página de acompanhamento da inscrição do Exame. Esse documento contém o número de inscrição, data, hora e local onde serão realizadas as provas, a indicação dos atendimentos diferenciados ou específicos, da opção de língua estrangeira e da solicitação de certificação. Cabe ao participante acompanhar sua inscrição, por meio da página de acompanhamento.
APLICAÇÃO DA PROVA
12 - Como serão as provas do Enem 2011?
Serão quatro provas objetivas, contendo, cada uma, 45 questões de múltipla escolha, e uma redação. As provas objetivas e a redação avaliarão:
Área do Conhecimento Componentes Curriculares
Ciências Humanas e suas Tecnologias. História, Geografia, Filosofia e Sociologia.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Química, Física e Biologia.
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação. Língua Portuguesa, Literatura, Língua Estrangeira (Inglês ou Espanhol), Artes, Educação Física e Tecnologias da Informação e Comunicação.
Matemática e suas Tecnologias. Matemática.
13 - Quando será cada prova e qual sua duração?
No primeiro dia, sábado, de provas serão realizadas as provas de Ciências Humanas e suas Tecnologias e de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, com duração de 4 horas e 30 minutos, contadas a partir da autorização do aplicador.
No segundo dia, domingo, serão realizadas as provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Redação e Matemática e suas Tecnologias, com duração de 5 horas e 30 minutos, contadas a partir da autorização do aplicador.
14 - Onde serão aplicadas as provas?
As provas serão aplicadas em todas as unidades da Federação. Os locais de aplicação serão informados no Cartão de Confirmação da Inscrição e na página de acompanhamento da inscrição do Enem, no endereço eletrônico http://sistemasenem2.inep.gov.br/localdeprova. O participante escolhe o município onde deseja realizar sua prova, no ato da inscrição.
15 - É obrigatória a apresentação de documento com foto no dia da prova?
Sim, o documento deve ter foto e não pode estar com a validade vencida.
16 - Que documentos de identificação com foto podem ser apresentados?
Cédula de identidade (RG) expedida por Secretarias de Segurança Pública, pelas Forças Armadas, pela Polícia Militar, pela Polícia Federal; a identidade expedida pelo Ministério das Relações Exteriores para estrangeiros; a identificação fornecida por ordens ou conselhos de classes que por Lei tenham validade como documento de identidade; a Carteira de Trabalho e Previdência Social; o Certificado de Reservista; o Passaporte e a Carteira Nacional de Habilitação com fotografia, na forma da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997.
Não serão aceitos em hipótese alguma Certidão de Nascimento, Certidão de Casamento, Título Eleitoral, Carteira Nacional de Habilitação em modelo anterior à Lei nº 9.503/97, Carteira de Estudante, crachás e identidade funcional de natureza privada, nem documentos ilegíveis, não identificáveis e/ou danificados, ou, ainda, cópia de documentos, mesmo que autenticadas.
17 - Mas e se a validade do documento estiver vencida e a foto não possibilitar identificação?
Nesses casos o participante poderá realizar as provas, desde que se submeta à identificação especial, que compreende a coleta de dados e assinatura em formulário próprio.
18 - E se o documento de identidade tiver sido roubado, extraviado, perdido ou furtado?
Nessas situações, o participante poderá fazer a prova desde que apresente o Boletim de Ocorrência expedido por órgão policial e emitido há, no máximo, 90 (noventa) dias da data de realização das provas e seja feita a identificação especial, com a coleta de dados e assinatura em formulário próprio.
19 - Que tipo de caneta pode ser usada no dia da prova?
Apenas caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente.
20 - Qual será o procedimento quanto a aparelho celular ou qualquer outro eletrônico no dia da prova?
Ao entrar na sala o participante deverá desligar todo e qualquer aparelho eletrônico que traga consigo, incluindo celular. Nesse momento, será fornecido um porta–objetos com lacre, para que aparelhos e demais materiais proibidos sejam guardados. O porta-objetos deverá ficar embaixo da cadeira até o final das provas e só poderá ser aberto quando o participante deixar o local, sob pena de eliminação.
21 - Que outros objetos são proibidos?
O participante não poderá utilizar lápis, lapiseira, borrachas, livros, manuais, impressos, anotações e óculos escuros. Caso esteja portando esses objetos, deverão ser armazenados no porta-objetos fornecido e mantidos sob a cadeira.
22 - Quando o participante poderá deixar o local do Exame?
Somente após duas horas do início das provas, sob pena de eliminação.
23 - Em que momento o participante poderá levar o Caderno de Questões?
Somente nos últimos 30 minutos antes do término das provas, sob pena de eliminação.
24 - Como preencher o Cartão-Resposta?
O participante deve ficar atento ao preencher seu cartão. Na capa do Caderno de Questões há informações sobre a cor do caderno e também uma frase em destaque. O participante deverá marcar no Cartão-Resposta a opção correspondente à cor da capa do seu Caderno de Questões. A frase em destaque deverá ser escrita nos Cartões-Resposta. Tanto a prova objetiva como a redação deverão ser transcritas nos respectivos Cartões-Resposta e Folha de Redação, que deverão ser entregues ao aplicador da sala ao término do Exame. Só será permitido o uso de caneta esferográfica preta de material transparente.
Somente serão corrigidas as redações transcritas na Folha de Redação e as questões marcadas com apenas uma resposta, sem emendas ou rasuras, no Cartão-Resposta.
CORREÇÃO DAS PROVAS
25 - Em que condição o participante não terá as provas corrigidas?
Em algumas situações:
a) quando deixar de indicar a cor do Caderno de Questões no Caderno de Respostas;
b) quando sair da sala sem o acompanhamento de um aplicador, ou ausentar-se em definitivo antes das duas horas de início do Exame;
c) quando não entregar ao aplicador o Cartão-Resposta e a Folha de Redação ao terminar as provas;
d) quando não entregar ao aplicador o Caderno de Questões, caso deixe a prova em prazo anterior aos últimos 30 minutos para o término;
e) quando ausentar-se da sala de prova portando o Cartão-Resposta e/ou a Folha de Redação;
f) quando não atender as orientações complementares da equipe de aplicação durante a realização do Exame;
g) quando recusar-se a transcrever a frase constante da capa do seu Caderno de Questões ou recusar-se a assinalar a cor da capa de seu Caderno de Questões no Cartão-Resposta durante o Exame.
26 - O que pode resultar na exclusão do participante?
Fornecer informações falsas no ato da inscrição pela internet, agir com incorreção ou descortesia para com qualquer participante ou pessoas envolvidas no processo de aplicação das provas; perturbar, de qualquer modo, a ordem no local de aplicação das provas, incorrendo em comportamento indevido durante a realização do Exame; comunicar-se, durante as provas, com outro participante, verbalmente, por escrito ou por qualquer outra forma; portar qualquer tipo de equipamento eletrônico de comunicação durante a realização do Exame; utilizar ou tentar utilizar meio fraudulento em benefício próprio ou de terceiros, em qualquer etapa do Exame, sem prejuízo de demais penalidades previstas em lei, utilizar livros, notas ou impressos durante a realização do Exame.
27 - Os Cadernos de Questões serão considerados para efeito de correção das provas?
Não, os rascunhos e as marcações assinaladas nos Cadernos de Questões não serão considerados para fins de correção.
28 - Nas questões objetivas, como é feita correção do Cartão-Resposta?
O processamento do Cartão-Resposta é realizado por leitura óptica, para identificar a marcação de respostas das questões objetivas. Por isso é imprescindível que o preenchimento do Cartão-Resposta tenha sido realizado com caneta esferográfica de tinta preta, de acordo com as instruções apresentadas, sob pena da impossibilidade de leitura óptica.
29 - Como é corrigida a redação?
A redação é corrigida por dois especialistas, de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro. A nota final corresponde à média aritmética simples das notas atribuídas pelos dois corretores. Caso ocorra uma diferença de 300 pontos ou mais entre as duas notas (numa escala de 0 a 1000), a redação passará por uma terceira correção, realizada por um supervisor. A nota atribuída pelo supervisor substitui a nota dos demais corretores.
30 - Em que casos poderá haver nota zero na redação?
Nos seguintes casos:
a) quando o texto não atender a proposta solicitada ou possuir outra estrutura textual que não seja a do tipo dissertativo-argumentativo, o que configurará “Fuga ao tema/não atendimento ao tipo textual”;
b) quando inexistir texto escrito na Folha de Redação, ela será considerada “Em Branco”;
c) quando o texto apresentar até 7 (sete) linhas, qualquer que seja o conteúdo, que configurará “Texto insuficiente” – quando a redação contiver linhas com cópia dos textos motivadores apresentados no Caderno de Questões, serão desconsideradas para efeito de correção e de contagem do mínimo de linhas;
d) caso o texto contenha impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação, quando a redação será considerada “Anulada”.
31 - Há mecanismos diferenciados para a avaliação das provas escritas dos participantes surdos ou com deficiência auditiva?
Sim. Na correção das provas escritas desses participantes serão adotados mecanismos de avaliação coerentes com o aprendizado da língua portuguesa como segunda língua.
DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS
32 - Quando os gabaritos serão divulgados?
Os gabaritos das provas objetivas serão divulgados na página do Inep, no endereço eletrônico http://www.inep.gov.br/enem, até o terceiro dia útil seguinte ao de realização das últimas provas.
33 - Quando serão divulgados os resultados das provas individuais?
Os resultados individuais do Enem 2011 somente serão disponibilizados no endereço eletrônico http://sistemasenem2.inep.gov.br/resultadosenem, em data a ser divulgada. Para acessar o resultado, o participante deverá informar o número de inscrição e senha ou CPF e senha.
34 - Por quanto tempo a informação do resultado individual permanecerá disponível?
O Inep manterá o registro dos resultados individuais de todos os participantes da edição 2011 do Enem disponível para consulta eletrônica por 2 (dois) anos, contados a partir da divulgação dos resultados.
OBJETIVOS E UTILIZAÇÃO DOS RESULTADOS
35 - Qual a finalidade do Enem?
A finalidade primordial do Enem é a avaliação do desempenho escolar e acadêmico ao fim do ensino médio. As informações obtidas a partir dos resultados do Enem são utilizadas para acompanhamento da qualidade do ensino médio no País, na implementação de políticas públicas, criação de referência nacional para o aperfeiçoamento dos currículos do ensino médio, desenvolvimento de estudos e indicadores sobre a educação brasileira e estabelecimento de critérios de acesso do participante a programas governamentais. O Enem serve também para a constituição de parâmetros para a auto-avaliação do participante, com vistas à continuidade de sua formação e à sua inserção no mercado de trabalho.
36 - O Enem tem como objetivo o acesso à educação superior?
Essa não é a única, mas é uma das funções. O Enem tem sido usado com sucesso como mecanismo de acesso à educação superior, tanto em programas do Ministério da Educação – Sisu e Prouni –, quanto em processos de permanência – Fies. Também tem sido utilizado em processos de governos estaduais e da iniciativa privada.
37 - O Enem 2011 poderá ser usado para certificação no ensino médio?
Sim, a certificação é mais uma das possibilidades que o Exame oferece. Os participantes maiores de 18 anos que ainda não terminaram a escolarização básica podem participar do Enem e pleitear a certificação no ensino médio junto a uma das instituições que aderem ao processo – secretarias estaduais de educação, os institutos federais e os centros federais. A lista das instituições conveniadas está no edital.
38 - Como será realizada a certificação de conclusão do ensino médio por meio do Enem?
No ato da inscrição o participante deve indicar a instituição certificadora onde irá solicitar a certificação para fins de conclusão do ensino médio. As instituições que firmaram Acordo de Cooperação Técnica para esse fim estão listadas no Edital. A definição dos procedimentos para certificação é responsabilidade das instituições certificadoras
39 - A Instituição certificadora está relacionada ao local de residência do participante?
Não. A escolha da instituição certificadora pelo participante implica na concessão de autorização ao Inep para o envio de dados e notas obtidas para a Instituição Certificadora escolhida , entre as listadas no Anexo I do Edital.
40 - É o Inep que emite o certificado de conclusão do ensino médio?
Não. O Inep apenas encaminha os resultados para a Instituição escolhida pelo participante, para fins de certificação, de acordo com os critérios, diretrizes e procedimentos definidos em regulamentação específica das instituições.
41 - Para o acesso à educação superior, os participantes poderão utilizar os resultados do Enem 2010?
Sim. Os resultados do Enem 2010 poderão ser utilizados como mecanismo único, alternativo ou complementar de acesso à Educação Superior, bastando para tanto a adesão por parte das Instituições de Educação Superior (IES).
42 - O que acontece quando, no ato da inscrição, o participante faz a opção por se inscrever também em programa governamental e em processo seletivo de ingresso a educação superior?
Automaticamente, o participante dará o seu formal consentimento para a disponibilização das suas notas e informações, incluindo as do questionário socioeconômico. Dessa forma, o Inep poderá encaminhar os dados e resultados dos participante do Enem à Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (Sesu/MEC) e às Instituições de Educação Superior públicas ou privadas, de acordo com os critérios, diretrizes e procedimentos definidos em regulamentação específica de cada ente.
43 - O Inep fornece atestado e certidões?
Não. O Inep não fornecerá atestados, certificados ou certidões relativas à classificação ou nota dos participantes.
Boa sorte a todos !
segunda-feira, 23 de maio de 2011
A Corrente do Bem
Por Jardel Lima
Professora Amanda Gurgel, do RN, cala Secretária da Educação e Deputados, seu discurso sobre a situação crítica da educação e vira heroína nas redes sociais. Agora ela propõe 10% do PIB sejam destinados a educação e promete uma movimentação social nesse sentido.
Fontes: Globo.com, You Tube, Twitter.
Professora Amanda Gurgel, do RN, cala Secretária da Educação e Deputados, seu discurso sobre a situação crítica da educação e vira heroína nas redes sociais. Agora ela propõe 10% do PIB sejam destinados a educação e promete uma movimentação social nesse sentido.
A professora do Rio Grande do Norte Amanda Gurgel virou heroína da causa da classe, por melhores salários, nas redes sociais. Um vídeo no qual ela silencia os deputados do RN em audiência pública quando fala sobre a situação crítica da educação já tem mais de 1 milhão de visualizações no You Tube. Desde o começo da tarde desta segunda-feira (23) o nome "Amanda Gurgel" já está na lista brasileira dos Trending Topics, no Twitter.
Em seu depoimento, Amanda Gurgel acaba fazendo um resumo preciso sobre o quadro da educação no Brasil apresentando seu contracheque de R$ 930 reais. "Como as pessoas até agora, inclusive a secretária Bethania Ramalho, apresentaram números, e números são irrefutáveis, eu também vou fazê-lo. Apresento um número de três algarismos apenas, que é o do meu salário, de R$ 930".
A professora continua seu discurso dizendo que "os deputados deveriam estar todos constrangidos com a educação no estado do Rio Grande do Norte e no Brasil. Não aguentamos mais a fala de vocês pedindo para ter calma. Entra governo, sai governo, e nada muda. Precisamos que algo seja feito pelo estado e pelo Brasil. O que nós queremos agora é objetividade".
Fontes: Globo.com, You Tube, Twitter.
Relação educação e desenvolvimento.
Seja como for, a visão do desenvolvimento humano parte de alguns pressupostos teóricos e metodológicos bastante pertinentes, tais como...
a) É preciso distinguir acuradamente crescimento e desenvolvimento; enquanto o primeiro aponta para uma evolução tipicamente econômica, o segundo se volta para um olhar interdisciplinar, abrangendo todas as dimensões consideradas relevantes da sociedade.
b) Para sinalizar mais concretamente essa distinção, a ONU optou pela definição de desenvolvimento como oportunidade, traduzindo, desde logo, sua face política como a mais estratégica, em vez das infra-estruturais, que, obviamente, dentro do horizonte estratégico, continuam essenciais, mas de teor instrumental.
c) Esse enfoque valoriza naturalmente a educação como o fator mais próximo da gestação de oportunidade, seja no sentido de fazer oportunidade, seja no sentido ainda mais próprio de fazer-se oportunidade; ganha realce maior, imediatamente, a questão da cidadania.
d) O adjetivo humano dispensa todos os outros classicamente usados, a começar pelo econômico, e mesmo o sustentável; assim, uma visão tipicamente interdisciplinar e complexa se instalou, indicando que o crescimento econômico não é apenas parte integrante, mas, sobretudo, é parte tipicamente instrumental: não vai, nisso, qualquer intento de secundarizar o econômico, mas de colocá-lo no seu devido lugar.
e) Segue, daí, a proposta do ranking dos países em termos de desenvolvimento humano, tomando como indicadores básicos, em primeiro lugar, educação, porque é o fator mais próximo do conceito de oportunidade; em segundo lugar, expectativa de vida, porque oportunidade se correlaciona fortemente com quantidade e com a qualidade de vida; e, por fim, poder de compra, porque a satisfação das necessidades materiais é sempre componente central do desenvolvimento.
f) Do ponto de vista estratégico, a educação é o fator mais decisivo, mas nunca de modo setorial e isolado: assim, esta ideia implica que os fatores do desenvolvimento se hierarquizam e se concertam ao mesmo tempo.
g) Possivelmente, o resultado mais pertinente dessa postura categorial é a mensagem de que a pobreza política é mais comprometedora para as oportunidades de desenvolvimento do que a pobreza material; problema mais constrangedor é a ignorância, que inviabiliza a gestação de sujeitos capazes de história própria ao obstruir a cidadania individual e coletiva; mudanças provêm menos de um pobre que tem fome – o qual acaba facilmente se contentando com qualquer sorte de assistencialismo –, do que de um pobre que sabe pensar.
fonte:
DEMO, Pedro. Da relação educação e desenvolvimento. In:______. Educação e desenvolvimento. São Paulo: Papirus, 1999. p. 14-25.
domingo, 22 de maio de 2011
Cursos Gratuitos
Por Jardel Lima
Mas uma seleção de cursos, para todos os gostos e todos inteiramente gratuitos. Usamos o provedor UOL como fonte dessas informações e já estamos preparando uma seleção de cursos de férias que são ministrados por universidades importantes.
Mas uma seleção de cursos, para todos os gostos e todos inteiramente gratuitos. Usamos o provedor UOL como fonte dessas informações e já estamos preparando uma seleção de cursos de férias que são ministrados por universidades importantes.
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terça-feira, 17 de maio de 2011
Uma Escritora de Sucesso
Com dez livros publicados e mais de 600 000 exemplares vendidos, Thalita Rebouças é uma unanimidade entre as leitoras adolescentes, que lhe dispensam um tratamento de pop star.
A cena lembra a chegada de uma estrela da música pop. Jovens gritam euforicamente em torno de uma muralha de seguranças que protege uma morena baixinha, carismática e dona de expressivos olhos verdes. Foco de todas as atenções, ela ri nervosa, entre assustada e embevecida com tamanha confusão. O acontecimento em questão, que pode ser conferido no site de compartilhamento de vídeos YouTube, é uma prova de que, mesmo em um país com baixíssimos índices de leitura, escritores podem ser figuras extremamente populares. A moça responsável por todo esse agito é a carioca Thalita Rebouças.jornalista de 35 anos, autora de dez livros que, na última década, venderam mais de 600 000 exemplares - um feito assombroso no esquálido mercado editorial brasileiro, cujas tiragens médias equivalem a um centésimo disso.
O episódio descrito acima aconteceu no ano passado durante a Bienal do Livro, em setembro, e costuma repetir-se com regularidade. No último domingo, a moça voltou a ser alvo do assédio dos fãs durante uma palestra seguida de sessão de autógrafos no Salão da Fundação do Livro Infantil e Juvenil, na região do Cais do Porto.
Com obras voltadas para adolescentes, a autora já tem títulos publicados em Portugal, fechou contratos com uma editora espanhola e outra italiana e terá um de seus livros - Uma Fada Veio Me Visitar - adaptado para o cinema. O filme será dirigido por José Henrique Fonseca, com roteiro de Patrícia Andrade, do arrasa-quarteirão Dois Filhos de Francisco. "Quando decidi viver de literatura, ninguém acreditou em mim", lembra Thalita. "Meus pais, por exemplo, diziam que eu era maluca e iria morrer de fome."
O sucesso de Thalita decorre basicamente de um fator: a enorme capacidade de comunicação com seu público. Com histórias protagonizadas pela divertida personagem Malu, ela mergulha nas angústias peculiares das jovens adolescentes ao discutir temas como relacionamento com os pais, amigos, professores e namorados, sempre em textos curtos e concisos. A inspiração vem de relatos feitos por amigos que já são pais e pelos sobrinhos adolescentes do marido - o escritor e fotógrafo Carlos Luz, com quem está casada há sete anos - e do intenso contato com seus leitores.
A escritora não perde uma oportunidade de estar junto dos jovens em feiras, livrarias e escolas, onde costuma dar palestras para plateias de até 1 500 pessoas. Nesses eventos, beija e abraça um por um, posa para fotos, faz gracinhas e abusa das gírias da moda. Suas leitoras são capazes de sacrifícios como viajar até oito horas de ônibus só para vê-la ou escrever cartas de 6 metros de comprimento apenas com a frase "Eu te amo". À vontade em meio às meninas, Thalita é hoje uma espécie de psicóloga de plantão para elas.
Seu perfil no site de relacionamento Twitter tem 64 000 seguidores, e sua caixa de e-mail é entupida de mensagens com pedidos de conselhos sobre os mais variados assuntos, do primeiro beijo à perda da virgindade. Sem condições de responder a tamanha demanda, ela chegou a criar uma área específica em seu site na internet com respostas às perguntas mais frequentes que costuma receber. "O público juvenil, principalmente o brasileiro, sempre teve poucas opções de histórias que refletissem seu universo", explica. "Eu simplesmente resolvi apostar nesse filão, com livros que procurassem refletir as angústias que todos nós já tivemos no passado."
Filha única de um dentista e uma dona de casa, Thalita Rebouças Teixeira escreve desde os 10 anos. Adolescente estudiosa e tímida, a escritora fez teatro durante cinco anos para perder a inibição. Participou da Oficina de Atores da Rede Globo e, às vésperas do primeiro teste, para a novela Mulheres de Areia, de 1993, descobriu não ter paciência para esperar horas por uma audição. De certa forma, a desenvoltura decorrente dos anos de teatro acabou sendo útil na carreira de escritora.
Na primeira Bienal da qual participou, em 2001, divulgando ela própria seu primeiro livro, Traição entre Amigas (2000), abordava os visitantes um a um para mostrar seu trabalho. Repetia esse ritual nas livrarias. Com a divulgação boca a boca, conseguiu vender 4 000 exemplares. Sua segunda obra, Tudo por um Pop Star, lançada em 2003, já pela Rocco, sua editora desde então, chegou a 12 000. Com Fala Sério, Mãe!, de 2005, ela quebrou a barreira dos 100 000 exemplares. "Thalita fala de igual para igual com os adolescentes, envolve-se pessoalmente na divulgação dos livros e atende seus leitores com dedicação", diz Paulo Rocco, dono da editora.
Unanimidade entre as crianças, a escritora, no entanto, não escapa das ferroadas que costumam atingir os autores de best-sellers, seja no Brasil, seja no exterior. "Ela tem uma capacidade de comunicação indiscutível, mas não faz literatura, não tem domínio da escrita. Capta o leitor pelo estereótipo", critica uma especialista em literatura infantojuvenil. Comentários desse tipo, no entanto, estão longe de incomodar Thalita, que prepara um novo passo em sua carreira. Em outubro, ela lança seu primeiro livro cujo personagem principal é um menino.
*Conheça mais livros recomendados para crianças e adolescentes, clique aqui.
Para ler, clique nos itens abaixo:
Perfil da autora
Thalita Rebouças
Idade - 35 anos
Nascimento - Rio de Janeiro
Família - Casada, sem filhos
Formação acadêmica - Graduada em jornalismo pela Faculdade da Cidade
Obras publicadas - Dez
Livro mais vendido - Fala Sério, Mãe!, que ultrapassou os 100 000 exemplares
Exemplares vendidos - 600 000
Seguidores no twitter - 64 000
Tempo médio de espera para um autógrafo em grandes eventos - Quatro horas
A cena lembra a chegada de uma estrela da música pop. Jovens gritam euforicamente em torno de uma muralha de seguranças que protege uma morena baixinha, carismática e dona de expressivos olhos verdes. Foco de todas as atenções, ela ri nervosa, entre assustada e embevecida com tamanha confusão. O acontecimento em questão, que pode ser conferido no site de compartilhamento de vídeos YouTube, é uma prova de que, mesmo em um país com baixíssimos índices de leitura, escritores podem ser figuras extremamente populares. A moça responsável por todo esse agito é a carioca Thalita Rebouças.jornalista de 35 anos, autora de dez livros que, na última década, venderam mais de 600 000 exemplares - um feito assombroso no esquálido mercado editorial brasileiro, cujas tiragens médias equivalem a um centésimo disso.
O episódio descrito acima aconteceu no ano passado durante a Bienal do Livro, em setembro, e costuma repetir-se com regularidade. No último domingo, a moça voltou a ser alvo do assédio dos fãs durante uma palestra seguida de sessão de autógrafos no Salão da Fundação do Livro Infantil e Juvenil, na região do Cais do Porto.
Com obras voltadas para adolescentes, a autora já tem títulos publicados em Portugal, fechou contratos com uma editora espanhola e outra italiana e terá um de seus livros - Uma Fada Veio Me Visitar - adaptado para o cinema. O filme será dirigido por José Henrique Fonseca, com roteiro de Patrícia Andrade, do arrasa-quarteirão Dois Filhos de Francisco. "Quando decidi viver de literatura, ninguém acreditou em mim", lembra Thalita. "Meus pais, por exemplo, diziam que eu era maluca e iria morrer de fome."
O sucesso de Thalita decorre basicamente de um fator: a enorme capacidade de comunicação com seu público. Com histórias protagonizadas pela divertida personagem Malu, ela mergulha nas angústias peculiares das jovens adolescentes ao discutir temas como relacionamento com os pais, amigos, professores e namorados, sempre em textos curtos e concisos. A inspiração vem de relatos feitos por amigos que já são pais e pelos sobrinhos adolescentes do marido - o escritor e fotógrafo Carlos Luz, com quem está casada há sete anos - e do intenso contato com seus leitores.
A escritora não perde uma oportunidade de estar junto dos jovens em feiras, livrarias e escolas, onde costuma dar palestras para plateias de até 1 500 pessoas. Nesses eventos, beija e abraça um por um, posa para fotos, faz gracinhas e abusa das gírias da moda. Suas leitoras são capazes de sacrifícios como viajar até oito horas de ônibus só para vê-la ou escrever cartas de 6 metros de comprimento apenas com a frase "Eu te amo". À vontade em meio às meninas, Thalita é hoje uma espécie de psicóloga de plantão para elas.
Seu perfil no site de relacionamento Twitter tem 64 000 seguidores, e sua caixa de e-mail é entupida de mensagens com pedidos de conselhos sobre os mais variados assuntos, do primeiro beijo à perda da virgindade. Sem condições de responder a tamanha demanda, ela chegou a criar uma área específica em seu site na internet com respostas às perguntas mais frequentes que costuma receber. "O público juvenil, principalmente o brasileiro, sempre teve poucas opções de histórias que refletissem seu universo", explica. "Eu simplesmente resolvi apostar nesse filão, com livros que procurassem refletir as angústias que todos nós já tivemos no passado."
Filha única de um dentista e uma dona de casa, Thalita Rebouças Teixeira escreve desde os 10 anos. Adolescente estudiosa e tímida, a escritora fez teatro durante cinco anos para perder a inibição. Participou da Oficina de Atores da Rede Globo e, às vésperas do primeiro teste, para a novela Mulheres de Areia, de 1993, descobriu não ter paciência para esperar horas por uma audição. De certa forma, a desenvoltura decorrente dos anos de teatro acabou sendo útil na carreira de escritora.
Na primeira Bienal da qual participou, em 2001, divulgando ela própria seu primeiro livro, Traição entre Amigas (2000), abordava os visitantes um a um para mostrar seu trabalho. Repetia esse ritual nas livrarias. Com a divulgação boca a boca, conseguiu vender 4 000 exemplares. Sua segunda obra, Tudo por um Pop Star, lançada em 2003, já pela Rocco, sua editora desde então, chegou a 12 000. Com Fala Sério, Mãe!, de 2005, ela quebrou a barreira dos 100 000 exemplares. "Thalita fala de igual para igual com os adolescentes, envolve-se pessoalmente na divulgação dos livros e atende seus leitores com dedicação", diz Paulo Rocco, dono da editora.
Unanimidade entre as crianças, a escritora, no entanto, não escapa das ferroadas que costumam atingir os autores de best-sellers, seja no Brasil, seja no exterior. "Ela tem uma capacidade de comunicação indiscutível, mas não faz literatura, não tem domínio da escrita. Capta o leitor pelo estereótipo", critica uma especialista em literatura infantojuvenil. Comentários desse tipo, no entanto, estão longe de incomodar Thalita, que prepara um novo passo em sua carreira. Em outubro, ela lança seu primeiro livro cujo personagem principal é um menino.
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Para ler, clique nos itens abaixo:
Perfil da autora
Thalita Rebouças
Idade - 35 anos
Nascimento - Rio de Janeiro
Família - Casada, sem filhos
Formação acadêmica - Graduada em jornalismo pela Faculdade da Cidade
Obras publicadas - Dez
Livro mais vendido - Fala Sério, Mãe!, que ultrapassou os 100 000 exemplares
Exemplares vendidos - 600 000
Seguidores no twitter - 64 000
Tempo médio de espera para um autógrafo em grandes eventos - Quatro horas
Livros transformam comunidade quilombola
Na Comunidade Quilombola Jacarequara, em Acará, a 25 quilômetros de Belém, a energia elétrica só foi instalada em outubro de 2006, transformando a vida das 42 famílias que moram lá. Dez meses depois, uma nova revolução marcou a história do vilarejo: a chegada de 280 livros enviados pelo Programa de Bibliotecas Rurais Arca das Letras, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O acervo inclui literatura infantil, juvenil e clássica, além de obras técnicas e didáticas. Antes disso, encontrar um material de leitura era coisa rara, assim como ler histórias. Hoje isso mudou.
Quem cuida desse acervo é uma voluntária, dona Carmen Nogueira de Sousa, ex-professora da única escola local e escolhida pela comunidade para gerenciar os empréstimos e conservar as obras. Na verdade, os livros ficam guardados na sala da casa dela, dividindo espaço com uma televisão e algumas cadeiras. As portas estão sempre abertas e a busca por leituras é constante.
Na tarde em que lá estive, enquanto passava ao vivo na TV um jogo da Copa do Mundo de Futebol, algumas crianças entraram e nem deram bola para a partida. Elas queriam é saber se O Amigo da Bruxinha, de Eva Furnari, ou alguma história de Ziraldo estavam disponíveis. Dona Carmen conta que esses títulos são os campeões de procura, já que as crianças são as principais leitoras. Até mesmo as ainda não alfabetizadas pegam livros. "Elas chegam a competir para saber quem lê mais e até trocam indicações literárias", conta Carmen, que foi responsável por alfabetizar no passado muitos dos leitores de todas as idades que hoje procuram a sua casa.
Os adultos preferem os romances e os adolescentes aproveitam o acervo para enriquecer os encontros do grupo da juventude quilombola - que organiza dramatizações de lendas. O sucesso da iniciativa pode ser medido em números: enquanto a média de leitura no Brasil está na casa dos 4,7 livros por ano, lá há leitores com mais de 30 registros de empréstimos em 12 meses. Não é exagero dizer que a pequena biblioteca é um dos principais pontos de entretenimento e cultura da comunidade.
A grande procura se justifica pela adequação do acervo. Os títulos são escolhidos de acordo com a atividade cultural, a escolarização e o tipo de produção agrícola local. Em Jacarequara, se colhem mandioca e frutos típicos da região. A escola funciona em sistema multisseriado do 1º ao 5º ano com apenas uma professora. Para cursar do 6º ano em diante, é preciso percorrer 12 quilômetros até a sede da cidade de Acará. Mesmo assim, vários jovens concluíram o Ensino Médio. A expectativa é que, com os livros, a formação cultural cresça ainda mais.
No país todo, são mais de 7,5 mil arcas como a de Jacarequara, todas instaladas em comunidades rurais ou ribeirinhas. E esse número cresce rapidamente. Se depender de dona Carmen, deve crescer também o número de títulos dispostos em sua sala. Quando viu Donato Alves Filho, um dos coordenadores do Arca das Letras no Pará, ela correu para solicitar livros importantes para o desenvolvimento escolar das crianças. Uma atitude importante, pois, mesmo hoje, com a internet disponível em algumas casas, a maior fonte de pesquisa e de leitura dos alunos continua sendo a Arca das Letras. Por lá, os livros são uma novidade tão grande quanto a internet.
A variação linguística e o ensino de Língua Portuguesa - Coleção Viver, Aprender
Nota dos autores da Coleção Viver, Aprender sobre questionamento do uso da norma culta e da norma popular no ensino de Língua Portuguesa.
Viver, Aprender
Em 17 de maio de 2011
O ensino da norma culta x norma popular
Por Heloisa Cerri Ramos
Um item que está presente no volume “Por uma vida melhor”, da Coleção Viver, Aprender, 2º segmento do Ensino Fundamental, na seção de Língua Portuguesa, publicada pela Editora Global, está provocando estranhamento entre professores e não professores. Corresponde ao capítulo 1, de Língua Portuguesa, “Escrever é diferente de falar”.
Esse capítulo discute a diferença entre aprender a falar uma língua e aprender a escrever essa mesma língua. Aprendemos a linguagem oral (informal) desde que nascemos, ouvindo os outros falarem. O ensino para esta modalidade da língua não se dá pela sistematização. Não é necessário ir para a escola para aprender a falar. Já para aprender a escrever é preciso que alguém ensine. Intencionalidade e sistematização são necessárias para o ensino da linguagem escrita .
O capítulo chama a atenção para algumas características da linguagem escrita e para uma variedade da Língua Portuguesa (existem inúmeras outras): a norma culta, também conhecida como norma de prestígio. Pretende defender que cabe à escola ensinar as convenções ortográficas e as características da variedade linguística de prestígio justamente porque isso é valorizado no mundo do trabalho, da produção científica e da produção cultural. E ainda que o domínio da norma de prestígio não se dá de um dia para o outro, mas de modo gradual, constante e pela intensa prática e reflexão sobre seus usos.
Na p. 14, “A concordância entre as palavras”, apresenta-se como as palavras concordam em gênero e número. A seção fala da importância desse princípio da língua para a atribuição de sentidos, uma vez que a concordância ajuda a indicar a relação que existe entre determinadas palavras. Exemplifica como isso se dá na norma culta e mostra que na norma popular pode acontecer de maneira diferente. Assim, a frase: “Os livros ilustrados mais interessantes estão emprestados.”, onde ocorre concordância de todos os elementos que se relacionam com a palavra central “livros”, pode ser dita na variedade popular: “Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado”. Na variedade popular, basta que a palavra “os” esteja no plural para indicar mais de um referente. Um falante da Língua Portuguesa, ao escutar alguém falar “os livro”, vai entender que a frase se refere a mais de um livro. Isso porque a nossa língua admite esta construção. Não admitiria, no entanto, “livro os ilustrado”. Nenhum falante, escolarizado ou não, falaria assim.
Na p. 15, continua: “Você pode estar se perguntando: “Mas eu posso falar ‘os livro’?. Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas. ” Aqui o importante é chamar a atenção para o fato de que a ideia de correto e incorreto no uso da língua deve ser substituída pela ideia de uso da língua adequado e inadequado, dependendo da situação comunicativa. Como se aprende isso? Observando, analisando, refletindo e praticando a língua em diferentes situações de comunicação. Quando há conhecimento das muitas variedades da língua, é possível escolher a que melhor se encaixa a um contexto comunicativo.
Aprende-se a falar e a escrever a norma de prestígio praticando-a constante e intensamente. Decorar regras ou procurar palavras no dicionário têm importância para determinadas situações pontuais, mas não garantem que alguém aprenda a escrever com fluência e adequação, em diferentes situações comunicativas. É dever da escola e direito do aluno aprender a escrever, a ler e a falar os diversos gêneros textuais que circulam na sociedade em que vivemos.
O mundo contemporâneo exige pessoas capazes de usar a língua eficientemente para ler, escrever e falar tanto nas relações interpessoais, como no trabalho, nos estudos, nas redes sociais, na defesa de direitos, nas práticas culturais e até no lazer.
É um direito de todos os cidadãos ter essa formação linguística competente. É dever da escola a responsabilidade de promover tal fomação, especialmente dos profissionais do ensino da alfabetização e da Língua Portuguesa.
* Os livros da Coleção Viver, Aprender, 2º segmento do Ensino Fundamental, seção de Língua Portuguesa, publicados pela Editora Global, têm como fundamento os documentos do Ministério da Educação (MEC) para o Ensino Fundamental regular e Educação de Jovens e Adultos (EJA) e levam em conta as Matrizes que estruturam as avaliações (ENCCEJA – Exame Nacional de Certificação de Jovens e Adultos).
Variação linguística
Por Cláudio Bazzoni
Marcos Bagno, professor do Departamento de Linguística da Universidade Federal de Brasília, começa o artigo “Os dois lados dos ’erros de Português’” afirmando que a “velha doutrina do erro, tão arraigada em nossa cultura”, trata de “uma idealização nebulosa de correção linguística” e que o uso que não está consagrado como “norma culta” (o uso que não está abonado nas gramáticas normativas e nos dicionários) simplesmente “não existe” ou “não é português”. Sírio Possenti, professor associado no Departamento de Linguística do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL-Unicamp), em seu livro Por que [não] ensinar gramática na escola (2008, 18ª reimpressão, Mercado de Letras) afirma que é fundamental considerar a distinção entre linguística e erro linguístico: “diferenças linguísticas não são erros, são apenas construções ou formas que divergem de um certo padrão”; “são erros aquelas construções que não se enquadram em qualquer das variedades de uma língua.”
A variação linguística é um fenômeno inerente a todas as línguas vivas. Um falante de português, independentemente de sua escolaridade, sabe e usa a língua materna para interagir em várias situações comunicativas nos grupos sociais com que convive. Por isso o “correto” e o “errado”, nas diversas enunciações linguísticas, devem ser relativizados. Assumindo o ponto de vista da gramática normativa, teremos erro em tudo que fugir à variedade que foi eleita como exemplo de boa linguagem. Assumindo o ponto de vista de uma gramática descritiva, só teremos erro na ocorrência de formas ou construções que não fazem parte, de maneira sistemática, de nenhuma das variantes da língua.
Há usos da língua portuguesa, há variedades que, por serem igualmente um fenômeno sociocultural, são valorizadas de modo diferente pela comunidade de falantes.
Um livro didático de Português que ensina a falar errado…
Que explicações vão dar sobre isso?
Por Mirella Cleto
Um dos volumes da coleção “Viver, aprender”, que consta do PNLD EJA 2011, foi apontado como “livro que ensina aluno a falar errado”, em matéria publicada pelo Portal iG. O que motivou o tratamento foi a presença de três frases no seu capítulo 1. São elas: “Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado”; “Nós pega o peixe”, “Os menino pega o peixe”. O que elas estariam fazendo em um livro didático de Português?
Descrevendo como se dá a concordância em uma determinada variedade da língua: a variedade popular – depois de já ter sido descrito como ela ocorre na variedade de prestígio. Em nenhum momento o capítulo se referiu à variedade popular como “errada”. Nem poderia, visto que a noção de erro, quando se descreve a língua, significa algo específico: “a ocorrência de formas ou construções que não fazem parte, de maneira sistemática, de nenhuma das variantes de uma Iíngua”. As palavras são de Sírio Possenti (professor associado no Departamento de Linguística da Unicamp), em seu livro Por que [não] ensinar gramática na escola (2008, 18ª reimpressão, Mercado de Letras). É ele quem esclarece:
“Uma sequência como “os menino”, cuja pronuncia sabemos ser variável (uzmininu, ozminino, ozmenino etc.), que seria cIaramente um erro do ponto de vista da gramática normativa, por desrespeitar a regra de concordância, não é um erro do ponto de vista da gramática descritiva, porque construções como essa ocorrem sistematicamente numa das variedades do português (nessa variedade, a marca de pluralidade ocorre sistematicamente só no primeiro elemento da sequência – compare-se com “esses menino”, “dois menino” etc.). Seriam consideradas erros, ao contrário, sequências como “essas meninos”, ”uma menino”, “o meninos”, “tu vou”, que só por engano ocorreriam com falantes nativos, ou então na fala de estrangeiros com conhecimento extremamente rudimentar da Iíngua portuguesa.”
Para os estudiosos da língua, trata-se de um consenso. Porém é sabido que não é essa a razão da polêmica em torno de um livro de Português voltado à Educação de Jovens e Adultos. A questão geradora de debate é o fato de existir um valor social agregado aos usos da língua (e de ser a escola o espaço privilegiado para seu aprendizado, ser o livro didático o recurso convencional para esse fim).
Nas palavras de Marcos Bagno (professor do Departamento de Linguística da Universidade Federal de Brasília):
“[...] do ponto de vista sociocultural, o “erro” existe, e sua maior ou menor “gravidade” depende precisamente da distribuição dos falantes dentro da pirâmide das classes sociais, que é também uma pirâmide de variedades linguísticas. Quanto mais baixo estiver um falante na escala social, maior número de “erros” as camadas mais elevadas atribuirão à sua variedade linguística (e a diversas outras características sociais dele). O “erro” linguístico, do ponto de vista sociológico e antropológico, se baseia, portanto, numa avaliação negativa que nada tem de linguística: é uma avaliação estritamente baseada no valor social atribuído ao falante, no seu poder aquisitivo, no seu grau de escolarização, na sua renda mensal, na sua origem geográfica, nos postos de comando que lhe são permitidos ou proibidos, na cor de sua pele, no seu sexo e outros critérios e preconceitos estritamente socioeconômicos e culturais.” [...]
[...]
O erro é uma moeda, e como toda moeda, ele tem duas faces: uma face linguística e uma face sociocultural. Como já disse, do ponto de vista estritamente linguístico não existe erro na língua, uma vez que é possível explicar cientificamente toda e qualquer construção linguística divergente daquela que a norma-padrão tradicional cobra do falante. Mas, do ponto de vista sociocultural, o erro existe, sim, e não podemos fingir que não sabemos do peso que ele tem na vida diária dos falantes.” (Fonte: artigo “Os dois lados dos ’erros de Português’ ”)
A coleção buscou aliar essas duas faces. Não desconsiderou a legitimidade de uma variedade popular, descrevendo-a segundo um critério intrinsecamente linguístico. Por outro lado, não ocultou as implicações de seu uso. Escrevem seus autores:
Você pode estar se perguntando: “Mas eu posso falar ‘os livro’?”
“Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas. O falante, portanto, tem de ser capaz de usar a variante adequada da língua para cada ocasião.”
A liberdade para escolher demanda o conhecimento das possibilidades. Por isso, com a finalidade de tornar o funcionamento da variedade urbana de prestígio mais familiar ao aprendiz – jovem ou adulto –,foram propostos no capítulo que abriga essa discussão exercícios relativos à aquisição da língua escrita e da variedade socialmente prestigiada. É só consultar.
Por fim, o capítulo segue o está estabelecido no Edital PNLD EJA 2011, p. 45, sobre o trabalho com a oralidade:
“A linguagem oral, que o aluno chega à escola dominando satisfatoriamente, no que diz respeito a demandas de seu convívio social imediato, é o instrumento por meio do qual se efetivam tanto a interação educador-aluno quanto o processo de ensino-aprendizagem. Será com o apoio dessa experiência prévia que o aprendiz não só desvendará o funcionamento da língua escrita como estenderá o domínio da fala para novas situações e contextos, inclusive no que diz respeito a situações escolares como as exposições orais e os seminários.”
Na mesma página, sobre o trabalho com os conhecimentos linguísticos, o Edital recomenda “considerar e respeitar as variedades regionais e sociais da língua, promovendo o estudo das normas urbanas de prestígio neste contexto sociolinguístico”.
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Nota dos autores da Coleção Viver, Aprender sobre questionamento sobre o uso da norma culta e a norma popular no ensino de Língua Portuguesa.
Confira a nota da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secadi-MEC) - Secadi-MEC esclarece
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