Por Jardel Lima
Como o próprio título já diz esse é o saldo que foi a tragédia no Rio de Janeiro. Impossível não ficar espantado com o caso que abalou o Brasil de ponta a ponta do mapa o sentimento é igual, tristeza, mesmo não sendo o perfil nem o objetivo de nosso blogue comentar fatos dessa natureza, não podemos ficar omissos nesse sentido, principalmente por tratar de futuros educadores e com tragédias que sempre ocorrem em escolas. Certo, essa foi a primeira vez que isso ocorreu aqui no nosso país, o que não podemos é deixar que chegue ao número 25 de fatos ocorridos como nos EUA para tomarmos providências e ver o que está errado.
Não queremos aqui traçar o perfil do atirador nem tentar interpretar a carta que ele deixou, mas propor um debate sobre o que pode ser feito para evitar fatos como esses e ver de quem é o erro, da escola, da família, do governo ou ver que isso é um problema social que envolve todos.
Vamos a alguns fatos e opiniões:
"Esse rapaz, infelizmente, não é diferente de tantos outros assassinos. Eles têm um histórico parecido, uma ação parecida, em geral, se suicida no final. São indivíduos de baixa autoestima, indivíduos que voltam pra agredir o que supostamente eles entenderam que é um grupo que os rejeitou ou os ameaçou, então eles fazem como uma revanche, uma vingança nesse local, planeja um ato espetaculoso, com muito armamento, e causam essas tragédias e infelizmente ganham notoriedade através disso", explicou Ilana Casoy, pós-graduada em criminologia.
O psiquiatra americano Timothy Brewerton, que tratou de alguns dos estudantes sobreviventes do massacre de Columbine, que deixou 13 mortos em 1999 nos Estados Unidos, apresentou nesta sexta-feira (15), no Rio, estudo realizado pelo serviço secreto do país cujo resultado apontou que, nos 66 ataques em escolas que ocorreram no mundo de 1966 a 2011, 87% dos atiradores sofriam bullying e foram movidos pelo desejo de vingança.
Trata-se da mesma motivação alegada pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira, autor do massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo. "O bullying pode ser considerado a chave para entender o problema e um enorme fator de risco, mas outras características são importantes, como tendências suicidas, problemas mentais e acessos de ira. Não acredito em um estereótipo ou perfil para um assassino potencial nas escolas."
A pesquisa apontou que em 76% dos ataques no mundo os assassinos eram adolescentes e tinham fácil acesso às armas de parentes. "Além do controle ao acesso às armas, recomendamos também que os pais fiquem atentos a alguns comportamentos, como maus-tratos contra animais, alternância de estados de humor, tendências incendiárias, isolamento e indiferença", disse Brewerton.
Segundo ele, 70% dos ataques registrados em escolas no mundo aconteceram nos Estados Unidos. O levantamento apontou que naquele país 160 mil alunos faltam diariamente no colégio por medo de sofrer humilhações, surras ou agressões verbais.
A polícia divulgou nessa sexta 15, uma série de vídeos do atirador neles é claro a crítica ao bullying está presente quase em todas suas mensagens. “Que o ocorrido sirva de lição, principalmente às autoridades escolares, para que descruzem os braços diante de situações em que alunos são agredidos, humilhados, ridicularizados, desrespeitados”, alerta.
O assassino também fala que se as instituições de ensino tivessem “descruzado os braços e feito algo sério no combate a esse tipo de práticas”, o ataque não teria acontecido. Mas se nada for feito nesse sentido, Oliveira sentencia que “estarão forçando os demais irmãos a matarem e morrerem”.
O que podemos ver com tudo isso? Seria o bullying o único e exclusivo culpado pelo massacre no Rio? A violência e o criminalidade influenciam os jovens a cometerem atos como esses? Perguntas sem respostas até o momento, mas sedo o bullying ou não algo precisa ser feito, porque cerca de 99% dos jovens no Brasil sofrem de deste mal em alguma fase da vida acadêmica. Debates são propostos nas universidades com o futuro da educação no Brasil, é a procura por soluções que podem amenizar futuras trajedias numa educação já tão maltratada e defasada do país.
Psicólogos em tempo integral, professores mais especializados, uma base familiar mais sólida, um governo que pense na educação como solução, propostas não faltam. Enquanto esperamos por atitudes preventivas o que vale é nossa participação com ideias e ações, vamos debater essa é nossa proposta.
Fontes: Terra, Agência Estado, Agência Folha, G1, Jornal do Brasil e UOL.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.